domingo, dezembro 25, 2011

"Conhecimento do Mundo"

Outro dia, num programa de TV onde havia jovens sendo entrevistados sobre a importância da escola e do estudar, todos falavam da importância da escola para o desenvolvimento profissional.
Mas será que é só isso? Por que é importante ir à escola? Para que estudar?
A escola é um espaço para aprender, para adquirir novos conhecimentos, é um espaço de socialização do saber culturalmente acumulado e é também um espaço de construção de conhecimentos. Na instituição educacional, pode-se organizar e ampliar as informações, sistematizar os conhecimentos, abrir possibilidades e despertar o interesse por querer saber mais e assim desenvolver progressivamente o pensamento.
A escola é um espaço de vivências culturais, onde se amplia a possibilidade de contatos diversificados, onde se estabelece outros vínculos e relações de grupo, que contribuem na formação da própria identidade, onde, fundamentalmente, promovem-se aprendizagens diversificadas acerca do mundo físico, social e desenvolvem-se noções sobre o real, abrindo e sistematizando o percurso intelectual. Entende-se, assim, a escola como espaço cultural: onde as pessoas têm possibilidades de aprender, de compartilhar experiências e de desenvolver atitudes e valores como respeito, colaboração, solidariedade, entre tantos outros.
À escola cabe ensinar não só conceitos, mas procedimentos que ajudem o aluno, seja ele criança, jovem ou adulto, a aprender a aprender, desenvolvendo a sua autonomia, independência, apropriação das ações na busca de soluções e também a aprender a ser, desenvolvendo as atitudes e a sociabilidade.
A creche e a pré-escola, como instituições educacionais, além de possibilitar o brincar, de enriquecer e diversificar as interações sociais, constitui- se também no espaço em que a criança entrará em contato com o conhecimento ampliado e sistematizado, favorecendo o seu desenvolvimento global.


Caracterização da criança

A criança de 0 a 6 anos é curiosa, investigativa e tem questionamentos e necessidade de respostas às questões sobre o mundo que a cerca. Ela tem conhecimentos acumulados através de diferentes experiências que vivencia no cotidiano, através da relação com os outros e com os objetos e tem condições específicas e diferenciadas, relacionadas às características de cada faixa etária e à sua vivência cultural.
Ao nascer, a criança se relaciona com o seu meio físico e social, estabelecendo vínculo afetivo com a mãe ou com quem cuida dela. O mundo se descortina para a criança através do outro. O vínculo afetivo, em determinados momentos, é a porta de acesso para a criança ingressar no mundo da cultura. Ao entrar no espaço institucional da educação infantil, a criança amplia a possibilidade de contatos diversificados frente ao novo meio, sendo necessária a sua adaptação a este e a construção de outro(s) vínculo(s), de outra qualidade, não mais familiar, com a educadora e com outras crianças, como condição importante para ampliação das novas vivências culturais.
A criança constrói sua identidade no contato com o meio, na construção do grupo a que pertence, na relação com os conhecimentos e valores. Para conhecer o mundo, é importante a proximidade com o outro, adultos e crianças, maiores e menores, que são parceiros indispensáveis nesta tarefa, pois é no processo de interação que se alicerça o seu desenvolvimento.
A criança aprende e se desenvolve através da manipulação e exploração dos objetos e do próprio meio, das relações e interações com outras crianças e adultos; aprende também através da brincadeira, que é um canal privilegiado para a construção do seu conhecimento sobre si própria, sobre os outros e sobre as relações e papéis sociais.
Em casa, na creche, pré-escola ou em qualquer instituição de educação infantil, a criança vivenciou uma série de experiências, formulou questionamentos e obteve respostas, observou comportamentos e atitudes de adultos e crianças, construindo assim o seu repertório de conhecimentos sobre as coisas, as pessoas, as ações e o mundo.


Papel do educador

Ao conceber a criança como ser ativo, que possui conhecimentos prévios, é papel do educador considerá-los, tomá-los como ponto de partida, sistematizá-los e ampliá-los. Para isso, é fundamental que o educador permita e crie oportunidades de contato da criança com objetos físicos, da sua manipulação e exploração, que proporcione espaços de fala, de troca e interação entre crianças da mesma e de diferentes faixas de idade e também com adultos.
Sendo assim, cabe ao adulto a organização dos espaços físicos e materiais, de forma a promover contatos diversificados com pessoas e objetos, para que possa ocorrer a investigação e o conhecimento, o compartilhar de saberes e afetos entre adultos e crianças.
A observação do educador é fundamental para perceber as fases e as rápidas mudanças no desenvolvimento das crianças (ver mais no texto sobre identidade) e daí ter claro os desafios a serem propostos em cada momento. É importante conhecer as características de cada faixa etária, saber sobre o que conhecem e o que sabem fazer, não só no que diz respeito à cognição, mas também ao afetivo, relacional. Assim é necessário observar em cada criança questões do tipo: como ela lida com as dificuldades, desafios, frustrações, como manifesta seus desejos, como age para conseguir o que quer, que condições e que capacidade tem de se perceber, perceber o outro, de compartilhar, disputar e competir, considerando as diferenças de cada idade.
Observar, registrar, refletir são instrumentos importantes para avaliar e planejar. Não se trata de observar para rotular. Pelo contrário, é para melhor perceber, para ver detalhes, avanços, constância de atitudes, permanências de dificuldades e, principalmente, mudanças. Tudo isso, para pensar na forma e momentos adequados para a intervenção do educador, para planejar conteúdos a serem trabalhados e os desafios a serem propostos, para desenvolver na criança atitudes e procedimentos.
Enfim, serve para o educador refletir, buscar alternativas para as questões a partir da prática e, assim, avaliar constantemente suas ações e também aprender.



Bibliografia
CAMARGO, Fátima. "Conhecimento do Mundo".

quarta-feira, dezembro 14, 2011

APROVAÇÃO DO PL 1205/2011

Ontem, dia 13/12, os Agentes Auxiliares de Creche conseguiram a aprovação do PL 1205 de autoria do Executivo.
Lutamos pelo PL 795/2010, autoria inicial do Vereador Paulo Messina, por mais de um ano, porém o próprio executivo enviou um novo PL à Câmara.

Eis o PL aprovado por 45 votos a favor:

PROJETO DE LEI Nº 1205/2011
EMENTA: ALTERA O ANEXO I DA LEI Nº 3.985, DE 8 DE ABRIL DE 2005.

Autor(es): PODER EXECUTIVO


A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

D E C R E T A :
Art. 1º A carga horária constante no Anexo I da Lei Nº 3.985, de 8 de abril de 2005, passa a ser a seguinte:

“CARGA HORÁRIA

quarenta horas semanais, sendo:

I - trinta horas em atividades em classe;

II - dez horas nas atividades extraclasse, a saber:

a) duas horas de atividades coletivas;


b) oito horas de atividades individuais. ”


Art. 2º Esta Lei entra em vigor a partir de 1º janeiro de 2012.


JUSTIFICATIVA
MENSAGEM N.º 174 de 29 de novembro de 2011.

Excelentíssimo Senhor Vereador Presidente
Excelentíssimos Senhores Vereadores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro,
Dirijo-me a Vossas Excelências para encaminhar o incluso Projeto de Lei, que “ALTERA O ANEXO I DA LEI Nº 3.985 DE 8 DE ABRIL DE 2005.”, com o seguinte pronunciamento.
O desmembramento da carga horária definida no Anexo I da Lei n.º 3.985, de 8 de abril de 2005, em trinta e dez horas semanais, justifica-se pelo fato de que o desempenho das atividades próprias do cargo de Agente Auxiliar de Creche exigem horário específico para: participação e execução de ações que envolvem o contato direto com as crianças; organização do ambiente e do material; e implementação de condições para assegurar às creches o cumprimento do papel de base para o desenvolvimento das crianças atendidas.
Contando, desde já, com o apoio dessa ilustre Casa à presente iniciativa, aproveito para solicitar, na forma do art. 73 da Lei Orgânica do Município, a sua apreciação em regime de urgência e renovar meus protestos de elevada estima e distinta consideração.
EDUARDO PAES