domingo, fevereiro 27, 2011

Em prova para professor do Município, candidato tira mais pontos que valor de questão


POR PEDRO DE FIGUEIREDO



Divergência entre pontuação máxima e a pontuação obtida pelo candidato | Foto: Reprodução Internet
Rio - O resultado do exame discursivo do concurso para professor de educação infantil do município do Rio pode conter erros na divulgação das notas. Na relação divulgada pela Secretaria Municipal de Administração, há a lista das notas obtidas em cada questão da prova e o resultado final do exame. No entanto, um candidato tirou uma nota maior do que o valor máximo da primeira questão da prova.

O candidato X. tirou 21 pontos na primeira questão do exame. Por sua vez, o edital do concurso prevê que o valor máximo para este item da prova é de 20 pontos.
Segundo o edital, no exame discursivo, seriam aplicadas três questões. A primeira teria valor de 20 pontos, enquanto as outras duas valeriam 10 pontos.

Procurada pelo O Dia Online, a Secretaria Municipal de Administração afirmou que os concursos da Prefeitura prezam pela garantia da idoneidade e que não há chances de ter havido bonificação em nenhuma questão do exame.

Os representantes da Secretaria afirmaram também que vão apurar o que ocorreu já na próxima segunda-feira e que todos os candidatos terão seus direitos garantidos. Os aspirantes à vaga que se sentirem prejudicados devem relatar o problema junto à coordenação do concurso a partir do dia 28 deste mês.

De acordo com o cronograma previsto pela Prefeitura, segunda-feira é o último dia para o pedido de vista do exame discursivo.

100 mil alunos receberão atendimento médico em escolas do Rio

Programa Saúde nas Escolas atenderá estudantes cariocas de áreas vulneráveis. Objetivo é melhorar o desempenho das crianças.

Rio de Janeiro - Os estudantes cariocas de áreas consideradas de vulnerabilidade social vão contar com equipes de saúde nas escolas e creches. Cerca de 100 mil alunos vão receber tratamentos bucais, auditivos e oftalmológicos.
O Programa Saúde nas Escolas foi lançado nesta sexta-feira (25) e vai disponibilizar um técnico de enfermagem para cada um dos 160 colégios do projeto. Além disso, oito unidades móveis, com médico e enfermeiro, vão passar todas as semanas nas escolas.
Além de exames e instruções, os estudantes que precisarem vão receber aparelhos auditivos e óculos, além de kits de higiene bucal.
"Quem nunca teve dor de garganta, dor de dente e dor de ouvido na hora de vir para escola?", perguntou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante evento em uma escola municipal. "Estamos com esse projeto ajudando no desempenho dos alunos na escola", completou.
Por meio do programa, as escolas vão poder acessar o prontuário dos alunos, documento com informações sobre o histórico de saúde dos pacientes.
Durante o lançamento do programa no Ciep Dr. Antoine Margarinos Torres Filho, na Tijuca, zona norte, os estudantes conferiram o funcionamento das unidades móveis.
As crianças aprenderam a escovar os dentes. Professores e alunos puderam medir a pressão e também receberam informações sobre o combate à dengue.
"Eu já vim para escola com muita dor de garganta. Posso te dizer que é muito ruim. Agora vai ter um médico aqui. Acho que vai ser bom", disse o aluno Alexandre Antunes, de 7 anos.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

REAJUSTADO PISO SALARIAL DO MAGISTÉRIO

O MEC (Ministério da Educação) anunciou nesta quinta-feira (24) o valor reajustado do piso salarial nacional do magistério: R$ 1.187,08 e os novos critérios para que Estados e municípios possam cumprir com a determinação.

Segundo a pasta, as regras para pedir complementação de verba para o piso foram atenuadas e cerca de R$ 1 bilhão está reservado para esse fim. Confira as normas:

  • Aplicar 25% de suas receitas na manutenção e desenvolvimento do ensino;
  • preencher o Siope (Sistema de Informações sobre Orçamento Público na Educação);
  • cumprir o regime de gestão plena dos recursos vinculados para manutenção e desenvolvimento do ensino;
  • dispor de plano de carreira para o magistério com lei específica;
  • demonstração cabal do impacto da lei do piso nos recursos do Estado ou Município;

Apesar de a Confederação Nacional dos Municípios ter pedido que o reajuste fosse feito somente em abril, o ministério afirma que seguiu a definição do custo-aluno pela lei do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), do início deste ano.

O novo valor do piso é resultado do reajuste de 15,85% sobre o valor anterior, que era de 1.024,67. O piso, que é a remuneração mínima para o docente de nível médio e jornada de 40 horas semanais, é assegurado pela Constituição Federal e deve ser praticado em todo o território nacional, por todas as redes educacionais públicas, municipais ou estaduais e privadas.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Com união avançamos mais um pouco!

Com nome sugestivo surge mais um blog em defesa dos nossos direitos. Acessem, conheçam e sigam este novo blog: http://lutandopelosdireitosdaeducaoinfantil.blogspot.com/

União já!

Aos monitores e professores da Educação Infantil

Colegas da Educação Infantil, precisamos nos unir para exigir o cumprimento das leis.
Precisamos conhecer a legislação que ampara o exercício da profissão de forma justa e digna.
Até quando vamos permitir que os administradores públicos nos ofereçam apenas esmolas?
Monitoras: vocês sabem quais são os seus direitos e o que realmente vocês devem fazer e como fazer?
Professores: vocês estão satisfeitos com as condições de trabalho? Sabem que poderiam ser melhores? Que tem leis que garantem isto? Que não são cumpridas por falta de vontade política?
Colegas, se nós não nos unirmos e lutarmos por isto, ninguém vai fazer por nós. NINGUÉM!
Só quem está lá, na sala de aula, com as crianças é que sabe.
"Eles" nem imaginam e também não estão nem aí.
Não dá $lucro$ nem voto.
Aguardo vocês!

PS: O cargo de "monitor" existe na lei? Alguém sabe me dizer em qual?

Vamos demunciar o descaso e lutar por nós e por nossas crianças.

Maria Helena

COMISSÃO QUER QUE MUNICÍPIOS TENHAM PLANO DE EDUCAÇÃO

Texto de Vanessa Schumacker

O presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Comte Bittencourt (PPS), vai enviar um ofício ao Ministério Público Estadual para que a Lei 5.332/08, que obriga os municípios a instituírem seus planos municipais de Educação, seja cumprida. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (23/02), durante reunião do colegiado com representantes da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime). De acordo com o parlamentar, a lei dos planos municipais é imprescindível para o projeto de educação brasileiro. “Transformar a educação do Rio de Janeiro em política de estado é fundamental, e os planos cumprem esse papel”, ponderou. Segundo a lei, os municípios que não instituírem seus planos municipais de educação (PME) até 2010 perderão parte dos repasses do estado. “Esta lei tem o mérito de oferecer um caminho para se chegar à organização do sistema educacional dos municípios”, afirmou Comte, acrescentando que, atualmente, 48 dos 92 municípios já têm um plano elaborado.

“É importante uma legislação que dê garantias à execução de uma 'Política de Estado' na área de educação, vislumbrando a continuidade do planejamento, dos programas e ações”, argumentou. A criação de um fundo estadual para o incentivo à universalização da educação infantil também foi defendida pelo parlamentar. “A ideia do fundo é dar um suporte financeiro do estado aos municípios. A maioria não consegue, com seus orçamentos próprios, suportar essa nova demanda. Esse é o papel do estado, entender as particularidades de cada município, já que até 2015 o estado terá que transferir 68.194 matrículas para as cidades. Vamos apresentar esse projeto de lei esse ano e aproveitar que já existe um orçamento aprovado para 2011 de R$ 150 milhões com este fim. Com a criação desse fundo poderemos complementar essa verba, já que o estado não aplica em educação nem 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB)”, explicou Bittencourt.
Em relação ao transporte escolar, outro tema debatido na audiência, a secretária de Educação do município de Niterói e representante da Undime, Maria Inês de Azevedo, deixou claro que a maioria dos municípios não dispõe de recursos para oferecer esse tipo de serviço. “A questão do transporte escolar nos municípios é preocupante e acaba atrapalhando a matrícula na rede pública”, lembrou Maria Inês, que reforçou ainda a necessidade da valorização dos profissionais de educação para a melhoria do ensino. Vice- presidente da comissão, a deputada Andreia Busatto (PDT) defendeu a união de estado e municípios para a universalização do ensino infantil.
Também participaram da audiência os deputados Robson Leite (PT); Samuquinha (PR); Claise Maria Zito (PSDB); Bernardo Rossi (PMDB) e Inês Pandeló (PT), além da representante do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), Maria Beatriz Lugão, e da secretária municipal de Educação de Pinheiral, Sediene Maia dos Santos.

domingo, fevereiro 20, 2011

A arte de manipular os números e as estatísticas.

Os governantes,em sua maioria, sejam totalitários ou democráticos, costumam utilizar os números e as estatísticas para mostrar sua performance nos diversos setores da administração abrangendo a economia, a educação, a saúde, a segurança e outros serviços. Trata-se de uma estratégia para autoavaliação, para tomada de decisões, para a aplicção de recursos orçamentários e para planejamento e execução das políticas públicas. Visto por esse prisma, tudo ótimo. Haverá mais organização e mais eficácia na administração. Qualquer cidadão planeja seus gastos em função de seus ganhos financeiros ou de suas poupanças.

O que não é lícito é a manipulação, distorcendo os valores e os indicadores para ludibriar e confundir os menos avisados. Pode acontecer, por exemplo, que, na segurança Pública, os números não retratem a realidade em alguns indicadores avaliados. Isso pode ocorrer porque a população ,em muitos casos ( principalmente os mais humildes) não vai às delegacias registrar furtos, roubos agressões e outros delitos, seja por temor às represálias, por descrédito na polícia e na Justiça; seja pela burocracia ou por "comodismo cultural".A verdade é que esses números já tendem, sem nenhuma malandragem de quem os utiliza, a ser naturalmente falhos. Há que se levar em conta a margem de erro.

Se os governos, contudo, prometem prêmios financeiros pela redução dos índices de certas ocorrências policiais, outros fatores espúrios vão mascarar os resultados. Além disso, o próprio governante se interessa ou faz vista grossa para a manipulação, pois será beneficiado eleitoralmente. Já houve um Governador no Rio de Janeiro que prometeu baixar a criminalidade em 100 dias e o fez. Qual foi a estratégia? Os delegados foram proibidos de registrar as ocorrências nos livros , onde a imprensa teria acesso para divulgar os números verdadeiros.

Outro exemplo vem da educação. Não acredito que se melhorem os índices de evasão escolar e de repetência, premiando professores que mais aprovarem. Estas questões de premiação lembram o antigo "Bicho" do futebol. O Jogador ganhava seu salário e, se vencesse a partida ou empatasse, teria uma gratificação chamada "bicho". Isso,no futebol, felizmente, não se fala mais. Além disso, parece uma forma de corromper o profissional. O que todo professor, médico, policial etc deseja é um plano de carreira que lhe garanta salários dignos, benefícios sociais justos e condições de trabalho adequadas.

O próprio governo federal , através de suas autoridades do setor econômico, vem se utilizando de artifícios condenados por muitos economistas para atingir suas metas fiscais e balanços de pagamentos.

Os exemplos utilizados na segurança e na educação, bem como na economia contaminam, também, a saúde. Os verdadeiros índices de pessoas com dengue são superiores aos apresentados pelos órgãos oficiais encarregados destas estatísticas que deixaram de ser técnicos para serem politico-eleitorais. Se apurarmos com atenção, veremos que os números apresentados como mortos ou desabrigados na tragédia da Região Serrana Fluminense foram minimizados por interesse puramente político. Essa farsa dos números atinge também os índices inflacionários. Basta ir a um supermercado que a pessoa conclui que há algo discrepante em tudo isso.

Aí, os números e as estatísticas estão tendo uma função diabólica, servindo aos maus senhores do PODER.



Visão de uma professora de EI recém chegada ao município do RJ

Ed. Infantil

Entrei agora para o município do RJ e estou trabalhando com turma de 4 anos. Tenho ouvido MUITO falar em IDEB, 14º salário, etc. Sendo assim, as turmas de 1º ao 5º anos têm tido olhares mais cuidadosos para elas. Mas e a Ed. Infantil? Cadê o material??? É incoerente "iniciar" AQUELE trabalho no 1º ano de escolaridade, se partir do momento em que a cç está na escola ela merece atenção e educação DE QUALIDADE.

Eu trabalho pelo desenvolvimento, crescimento das crianças com as quais passo minhas manhãs e tarde (em Caxias, escola a qual se recusa a partcipar deste circo de horrores). Hoje, trabalhando com crianças no município, consigo perceber o verdadeiro sentido da profissão que escolhi.

Infelizmente muitos colegas já aderiram à essa competição descabida e se sentem ofendidos qdo encontram resistência. A prefeitura lança mão de variados recursos para "adoçar" o coração dos profs: notebook's, auxílio educação, 14º, e por aí vai.

PQ NÃO PAGAR UM SALÁRIO DESCENTE E PQ NÃO OFERECER CONDIÇÕES REAIS DE QUALIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO NOSSO TRABALHO??????

SOU PROFESSORA!!!! NÃO SOU PROSTITUA DA EDUCAÇÃO!!!!
ESSA SITUAÇÃO É VEXATÓRIA, CONTRADITÓRIA, INCOERENTE. IDEB??? Isso é uma piada de muito mau gosto...

Lá vem ele de novo...

http://doweb.rio.rj.gov.br/sdcgi-bin/om_isapi.dll?infobase=17022011.nfo&jump=04&softpage=_recs#JUMPDEST_04

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

País deve ganhar seis mil creches e escolas de educação infantil até 2014

Prefeituras de todo o País têm, até 2014, para construir seis mil creches e escolas públicas de educação infantil previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2). Esse conjunto de escolas vai criar 1,2 milhão de vagas. Ser proprietária e ter o título de domínio do terreno no qual a escola será construída são garantias que a prefeitura deve apresentar ao Ministério da Educação (MEC) para receber recursos do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância).

As seis mil escolas previstas no PAC-2 estão distribuídas entre as cinco regiões do País, mas têm prioridade as áreas metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, de grande concentração populacional.

De acordo com dados da Secretaria de Educação Básica (SEB), desde que foi criado, em 2007, o Proinfância já financiou a construção de 2,3 mil escolas de educação infantil — a estimativa é que cerca de 300 estejam concluídas. As prefeituras que terminam as construções recebem, mediante convênio com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), R$ 100 mil para aquisição de mobiliário e equipamentos destinados às escolas e creches.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Cartão Família Carioca: creches do município têm novas regras

Publicada em 14/02/2011 site: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/02/14/cartao-familia-carioca-creches-do-municipio-tem-novas-regras-923805691.asp


RIO - O ano letivo nas creches da rede municipal começou nesta segunda-feira com novidades. A partir de agora, os pais de crianças de seis meses a 3 anos e meio beneficiados pelo cartão Família Carioca - programa de complementação de renda da prefeitura - terão que cumprir condições determinadas pelo município para receberem a renda adicional. Será obrigatória uma frequência dos matriculados de pelo menos 90%, além da presença dos responsáveis nas reuniões e em uma escola de pais, que será realizada uma vez por mês.

De acordo com a secretária de Educação, Claudia Costin, o órgão está voltando o foco da educação infantil para a população mais vulnerável. Por isso, foi feita a vinculação entre o programa de renda e a frequência nas creches. Os beneficiários do Família Carioca tiveram prioridade na escolha de vagas. Caso os pais prefiram não matricular as crianças, terão a opção de inscrição no programa Primeira Infância Completa (PIC). Em três sábados do mês, passarão por aulas de cuidados com bebês aplicadas nas próprias creches.

O Família Carioca funciona como um complemento para as famílias já inscritas no Bolsa Família, do governo federal. A prefeitura utilizou o mesmo cadastro do programa da União para identificar as famílias que ainda vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, que ganham menos de US$ 2 (R$ 3,37) por dia. A maior parte dos beneficiados é das zonas Norte e Oeste, nas quais vivem mais de 80% dos inscritos no programa. Em média, as famílias cadastradas receberão cerca de R$ 70.

domingo, fevereiro 13, 2011

Quanto vale um profissional? - Eliomar Coelho


Não importa aonde, profissional valorizado e bem pago trabalha motivado. O resultado só pode ser produtivo e gera melhoria na qualidade do atendimento. Foi calcada nesta filosofia que a prefeitura resolveu contratar, através de Organizações Sociais, médicos com salários de R$7,5 mil a R$ 15 mil. São as OSs que administram as clínicas que pagam esta remuneração. Em sistema de gestão compartilhada, os selecionados atuarão no programa Clínica da Família da prefeitura.

Enquanto isso, médicos, professores e outros profissionais do município sobrevivem ganhando muito aquém e sem a perspectiva de um Plano de Cargos e Salários. O que vale para um, deve valer para todos. Por que não elevar o patamar salarial dos funcionários públicos em geral a fim de injetar ânimo, melhorar a produtividade e o foco? Afinal, quem trabalha na estrutura do munícipio passou pelo funil de uma seleção concorrida e, efetivamente, mantém vivo o atendimento público e gratuito que é crucial para muitos.

Os profissionais da rede de ensino esperam que este ano a secretaria municipal de Educação cumpra a promessa feita em 2009 e envie para a Câmara Municipal um Plano de Cargos e Salários que atenda aos anseios da categoria. O Plano aprovado em 1995, que continha as reivindicações da categoria, foi aprovado, vetado, teve o veto rejeitado e, por fim, Cesar Maia conseguiu uma liminar e defenestrou a lei.

Somente em 2007, foi encaminhada nova mensagem do Executivo versando sobre o assunto. Esta, no entanto, deixou muito a desejar. Era apenas autorizativa, ou seja, desobrigava a prefeitura da tarefa de implementá-la. Não incluía categorias como merendeiras e funcionários administrativos. O estímulo para aperfeiçoamento profissional previa 6%, 12% e 18% para pós-graduação, mestrado e doutorado, quando a categoria quer 15%, 30% e 40% e 50% para pós-doutorado.

Emendas elaboradas pelo nosso mandato, via Comissão de Educação do Legislativo, tentaram melhorar o teor daquele plano. Mesmo assim, ele foi vetado depois de aprovado.

E desde então, os profissionais da rede esperam que seja dada nova oportunidade para que o Executivo mostre vontade política de valorizar a categoria. Eles não são os únicos…Enquanto isso, parece que vale mais a pena ser contratado pelas OSs. Esse, pelo menos, foi o recado subliminar dado prefeitura.

Fonte: http://migre.me/3RUEG

sábado, fevereiro 12, 2011

Em São Paulo, o bullying é do estado contra o professor

O preconceito desta vez, partiu próprio Estado contra três professoras impedidas de dar aula por serem "obesas"
Patrícia Benvenuti

O ano letivo mal começou e a discriminação nas escolas - prática recentemente apelidada de bullying - já é motivo de preocupação em São Paulo. O preconceito desta vez, no entanto, não partiu dos estudantes, e sim do próprio Estado contra três professoras temporárias, impedidas de dar aula por serem "obesas".
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As professoras, que trabalhavam há vários anos como temporárias na rede estadual de ensino, prestaram concurso público para serem efetivadas. Classificadas em um primeiro momento, as professoras participaram de um curso de formação e fizeram um segundo exame, no qual também foram aprovadas. Elas chegaram a ter seus nomes publicados no Diário Oficial. No entanto, não passaram no exame realizado pelo Departamento de Perícias Médicas do Estado. No laudo médico não constam detalhes, apenas a expressão "não apto".

As profissionais não receberam informações mais precisas a respeito do diagnóstico. Elas garantem, porém, terem ouvido dos próprios médicos que a obesidade pode ser um fator de reprovação nos concursos públicos.
Preconceito

O caso das três professoras, no entanto, não é novidade, como explica a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha. Segundo ela, vários profissionais já foram reprovados em concursos por apresentarem, além de obesidade, defeitos de visão como astigmatismo e miopia, problemas ortopédicos ou até mesmo câncer.

"É uma visão tecnicista. [Os professores] são seres humanos, são pessoas. E o Departamento de Perícias tenta enquadrá-las dentro de determinados parâmetros. afirma.

As professoras nunca pediram licença por questões de saúde e apresentaram resultados satisfatórios nos exames médicos. Para Maria Izabel, a única explicação para a reprovação das professoras é o preconceito. "[A pessoa] tem que ser 100% perfeita. Daqui a pouco vão exigir que a pessoa seja bonita também. E a questão da competência fica de lado", diz.
Precarização
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A presidenta da Apeoespa alerta, ainda, que muitas das enfermidades que atingem os profissionais de educação são causadas pela própria rotina dos professores. Mal remunerados e com cargas intensas de trabalho, resta pouco ou tempo algum para cuidados com saúde. "Professor tem que caminhar. Com essa jornada de trabalho, ele tem tempo? Não", afirma. A própria alimentação oferecida aos professores, lembra ela, é inadequada. Sem cardápios diferenciados nas escolas, os educadores acabam comendo a merenda escolar, destinada aos estudantes e, por isso, mais calórica.

Para Maria Izabel, a discriminação contra os professores é mais um desrespeito com os trabalhadores da categoria. "Simplesmente se diz que [o candidato] está inapto e tira a dignidade do professor mais uma vez, tirando o seu trabalho", afirma.

As professoras tentam agora, na Justiça, reverter a decisão para garantir seu direito de dar aulas. Maria Izabel vê a situação das professoras com otimismo, a partir de decisões favoráveis obtidas em casos semelhantes. "Estamos com esperança", finaliza.
Investigação
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O Ministério Público de São Paulo abriu, no final de 2009, um inquérito para apurar denúncias de mulheres que prestaram um concurso para agente escolar que se sentiram discriminadas por causa do peso.

No ofício consta um inquérito, divulgado em matéria da Folha de S.Paulo, em que a diretora técnica do Departamento de Saúde da Secretaria de Gestão Pública, afirma que a obesidade, se mórbida, é motivo de inaptidão do concursado.

A justificativa, segundo o documento, é que trabalhadores com obesidade mórbida apresentam maiores "níveis de absenteísmo ao trabalho" e risco de desenvolver outras doenças.

Nem todos os profissionais reprovados nas perícias, entretanto, apresentavam obesidade mórbida (calculada a partir do Índice de Massa Corporal).