sexta-feira, outubro 29, 2010

Um por todos e todos por um!

Nossa luta deve envolver o valor da união e da confiança entre todos os professores que são considerados auxiliares de creche.

CARTA AOS PAIS

Queridos colegas,

Precisamos mobilizar os pais, eles precisam estar do nosso lado, por conta disso foi feita uma carta por um grupo de auxiliares de creche e distribuída aos pais em algumas creches e nas comunidades.


A Sub-Secretária Neusa Fonseca juntamente com Denise Jordão e mais algumas pessoas fizeram uma reunião de emergência, se dividiram e foram pessoalmente nas creches para desmentir e acalmar os pais que estavam profundamente preocupados, pois dependem muito do trabalho dos auxiliares, pois sem eles as creches param.


O que nos deixou tristes foi saber que Denise Jordão se pocisionou de uma forma bastante "inadequada", pelo que chegou aos nossos ouvidos, Denise disse aos pais durante a reunião que eles poderiam ficar despreocupados, pois não haveria paralisação alguma, já que iria demitir os auxiliares caso não parássem com esta história.


Denise precisa saber que temos direito a fazer greve, se estamos nos mobilizando é porque há algo errado, ameaças não irão resolver o problema, temos consciência sobre nossos direitos, já passou da hora da secretaria sentar e conversar francamente no intuito de ressolver de vez esta situação, estamos ficando doentes com a carga horária que nos é imposta, ficamos o dia inteiro dentro da creche sob barulho extremo, responsabilidade, uso excessivo da voz, em pé praticamente o dia inteiro, pois o mobiliário é para crianças até 5 anos, pressão por boa parte das direções que parecem ser treinadas no nazismo.

Se os professores trabalham quatro horas e meia por não aguentarem uma rotina além deste período, por que nós temos que suportar?

Também precisamos denunciar diretoras que pensam estar acima das leis ao MP, quantas vezes forem necessário, até que a Secretaria de Educação por bem ou por mal substituam estas pessoas que agridem funcionários com terror psicológico, inclusive há caso em que uma diretora ameaçou as funcionárias dizendo que se alguém participar das reuniões sobre essa história de aumento, de regulamentação... estará fora! Serão transferidas para os cafundós do Judas.


Fazemos o trabalho do Professor de Educação Infantil e recebemos como auxiliar, cargo e nomeclatura ultrapassada, que já deveria ter sido extinta desde 1996,.


Trabalhamos em creches sem um pingo de estrutura, são banheiros pequenos para uma multidão de crianças que se enfileram, com tempo cronometrado para cada uma, ou seja, 2 a 3 minutos.


Refeitório pequeno para atender a demanda, salas sem ventilação, parecendo o caldeirão, auxiliares que chegam a ficar sozinho com 25 crianças quando alguns funcionários faltam e não tem ninguém pra fazer esta cobertura., e muitas coisa mais...

Creches sem diretores que passam o dia batendo perna e funcionários tendo que responder pela direção.
Vejam a carta entregue aos pais:



ATENÇÃO


Aos Pais Usuários das Creches Municipais e Comunidade


Nós, Auxiliares de Recreação e Berçário, vimos através desta, informar a situação em que nos encontramos, enquanto profissionais que são responsáveis diretos pela educação de seus filhos.

Desde 1996 a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) as creches deixaram de pertencer a Secretaria de Ação Social, onde as creches tinham o objetivo de apenas “guardar” as crianças para que suas mães pudessem trabalhar e passaram a pertencer à Secretaria de Educação, sendo assim as creches passaram a ser consideradas como primeira etapa da educação básica, visando o desenvolvimento físico, psíquico e cognitivo das crianças, desta forma todo o profissional que atua dentro de sala de aula é professor, porém na educação infantil, é um professor diferente que acumula duas funções: o educar (com jogos e brincadeiras pedagógicas) e o cuidar (dar banho, trocar fraldas), sendo assim a figura esdrúxula do auxiliar deveria ter sido banida desde 1996.

No entanto a Prefeitura de Angra dos Reis, mesmo depois da LDB, realizou um concurso de forma errada contratando auxiliares (com baixa escolaridade) para realizar a função do professor, no intuito de contratar mão-de-obra barata, porém após o concurso diversos profissionais (auxiliares de recreação e berçário) obtiveram a formação em magistério (professor) e para os que não possuíam a formação o próprio município aderiu a um programa do Governo Federal para ter todos seus profissionais com a devida formação o Proinfantil (Programa Nacional para Professores Leigos em Exercício na Educação Infantil).

Após ficarmos cientes das leis que nos regem, ou seja, após sabermos que é exigência nós termos a formação de professor, entramos em negociação com a Secretaria de Educação e Administração, afinal se é necessário termos a formação de magistério, nada mais justo que tenhamos uma remuneração compatível com a formação que nos é exigida, o que não acontece, pois hoje somos educadores, desenvolvemos todo o trabalho pedagógico com a formação exigida, porém recebendo o salário mínimo da prefeitura.

Visto que estamos neste impasse a mais de um ano e não temos uma resposta positiva deste governo, pedimos aos pais e comunidade que entrem nesta luta conosco, para que não seja necessário darmos o próximo passo, que será uma paralisação, o que será prejudicial tanto para nós quanto para a rotina dos pais e das crianças.


Bem, os auxiliares aos poucos estão entendendo a causa e estão aderindo ao movimento, estão se irritando com novas transferências e perseguições. Isto é bom!

Queremos paz, mas:


"PAZ SEM VOZ NÃO É PAZ...
É MEDO!"


Um comentário:

antoniofrederico disse...

Até quando aguentaremos essa jornada de trabalho absurda e o baixíssimo salário?
Temos que fazer denúncias em massa até o MP tomar uma decisão efetiva em relação a nossa situação.