sábado, novembro 13, 2010

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DAS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL:entre o feminino e o profissional

Entendendo o processo de construção da identidade profissional na Educação Infantil


CERISARA, Ana Beatriz
FED, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
abril, 2008
Texto Completo (portal externo)

Resumo

RESUMO:

A proposta deste trabalho foi a de identificar aspectos que pudessem contribuir para elucidar o processo de construção da identidade das profissionais de educação infantil, a partir de dados empíricos obtidos junto às auxiliares de sala e professoras que trabalham nas Creches da RMEF. A análise realizada permitiu, também, propor uma nova identidade para essas profissionais, condizente com as peculiaridades das instituições de educação infantil em sua situação contemporânea.
As profissionais destas instituições foram pensadas a partir da forma como estas profissões têm se constituído historicamente: são profissões que se construíram no feminino e que trazem consigo as marcas do processo de socialização que, em nossa sociedade, é orientado por modelos de papéis sexuais dicotomizados e diferenciados, em que a socialização feminina tem como eixos fundamentais o trabalho doméstico e a maternagem.
A dinâmica das relações entre as profissionais de creche foi analisada a partir da presença ou não de conflitos e de relações hierárquicas entre as profissionais de creche, buscando compreender as modalidades de poder reservadas ao gênero feminino em nossa sociedade e apreender alguns dos aspectos formais determinantes destas relações (salário, carga horária, divisão de tarefas).
Considerando que o gênero é constitutivo das relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos e um primeiro modo de dar significado às relações de poder, a tentativa foi de romper com a tendência que se consolidou nos últimos anos, a de considerar todo trabalho profissional feminino, que guarda as características do trabalho doméstico, como negativo em si. O objetivo foi compreender como se dá a contaminação das práticas femininas domésticas com a prática profissional das mulheres que trabalham em creches e pré-escolas. O esforço foi no sentido de refletir a respeito da positividade destas formas femininas de relacionamento e de organização do trabalho das profissionais, em especial para o trabalho que devem realizar com crianças de 0 a 6 anos.
A profissional de educação infantil deve ser entendida como uma nova atriz social que ao trazer para a esfera pública e coletiva a referência à maternidade e ao universo doméstico, re-significa o papel tanto da mãe quanto da professora em direção à construção.

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