segunda-feira, novembro 01, 2010

RESPOSTA AO VEREADOR PAULO MESSINA


Prezado Vereador,
Sinto-me agradecida pelo seu convite de tratamos o assunto dos AACs em seu gabinete, mas serão poucas pessoas a participar e não poderemos dar visibilidade ao coletivo e julgo ser esta a parte mais importante de nosso debate: esclarecimento aos AACs.
Então farei algumas pontuações que acho pertinentes:
  • Em 1º lugar jamais tentei desqualificar suas palavras ou sua luta em prol dos AACs, apenas não vislumbro o conteúdo desta luta,
  • Falar sobre Educação Infantil é fácil. Tem sido o assunto do momento, principalmente no que se refere às creches, tais como: Ampliação de vagas, construção e transformações de novos espaços, EDIs, PIC, AAC, PEI e etc,
  • Tive o primeiro contato com o senhor no twitter através da AAC Sheila. Acompanhei as postagens da AAC e pude perceber que mantinha um diálogo a cerca das necessidades dos AACs com o vereador e passei a segui-lo,
  • Infelizmente nas postagens de hoje, percebi uma postura defensiva em suas palavras, principalmente em relação as minhas perguntas ou afirmações,
  • Devo confessar que faltou certa cordialidade de sua parte ao tratar do assunto com que trabalha em creche. O senhor pode conhecer muito de Educação, da Infantil inclusive, porém a prática nos é que a temos! Deveria levar isso em consideração!
  • Temos pontos discordantes. São eles:
1. A luta pelos AACs começou somente agora? Depois da denúncia ao MP da educação? Pois já estou desde o início vivenciando as demandas entre PCRJ e AACs e nunca vi, ouvi ou presenciei nenhuma postura sua em relação a esta luta a não ser agora. Se estiver errada, sinalize, por favor!
2. O senhor fala: Agora, se aplicarmos esta analogia para o caso das creches, é muito pior: não estamos lidando com máquinas, e sim com crianças de 0 a 4 anos. Sei que estou lidando com crianças...é o meu trabalho! Crianças com até 3 anos e não 4 anos. Não são máquinas, são pessoas, ou melhor, são cidadãos que necessitam que falem por eles. Que façam valer sua cidadania, desde a sua infância.
3. Qual a diferenciação que os AACs estão tendo neste concurso para PEI? Os títulos? Serão aceitos títulos de creches particulares e públicas. Haverá igualdade de pontos para quem trabalhar em creche. Talvez esteja considerando apenas a diferenciação entre PII e AAC.
4. Conhece algum AAC que esteja na PCRJ sem ter prestado concurso público? Eu não! Conheço vários contratados ocupando vagas de AAC. Então: Segundo as leis de nosso país, preenchimento de cargo público somente se dá por concurso público, e ponto final. Somos concursados, não somos?
5. Fiz a pergunta, mas o senhor não respondeu. Volto a fazer: Em que se baseia a afirmação feita pelo senhor que nosso cargo não está em extinção? Eu conheço esta: Política Nacional de Educação Infantil/2006 sobre essas nomenclaturas ultrapassadas: "Extinguir progressivamente os cargos de monitor, atendente, auxiliar, entre outros, mesmo que ocupados por profissionais concursados em outras secretarias ou na secretaria de Educação e que exercem funções docentes." Sua dúvida é em relação a exercemos funções docentes? A Pedagoga contratada pela Promotora Drª Bianca afirma que somos nós, os AACs, que desempenhamos a função de professores nas creches públicas do Rio de Janeiro, então não deve restar dúvidas quanto a isto, certo?
6. O senhor foi extremamente rude ao dizer: Não há erro no texto, até porque eu participei da elaboração do edital, portanto conheço-o melhor que você. Não participei da elaboração, mas li os dois editais. Foi inclusive republicado com o novo prazo de validade. O senhor garante a validade de um ano...o edital diz 6 meses, podendo ser prorrogado por igual período a critério da Superior Administração – Edital SMA 91-Concurso Prof Educação Infantil- REPUBLICAÇÃO Mas note que este é como um concurso provisório, que vai ter validade de apenas um ano e o banco expirará depois deste prazo.
7. Por que esta forma preconceituosa de se pronunciar? Somente Profissionais de Educação Poderão Participar: Nada de permitir engenheiros, advogados etc. O concurso precisa ser feito apenas por ensino médio na modalidade Normal ou Superior em Pedagogia. Ponto. Professores não podem ser engenheiros ou vice-versa? Na creche precisa-se de uma equipe multiprofissional! O senhor acredita que encontrará apenas professores para ocupar estas vagas?
8. Vereador: NÃO SOMOS CUIDADORES!!! SOMOS PROFESSORES!!! LEIGOS OU NÃO, P R O F E S S O R E S !!!
9. OS AACs precisam continuar existindo para manter o horário integral das creches. Claro, com este salário, qualificação, formação, carga horária exaustiva, por que mudar? Podemos continuar a fazer dupla função, não é verdade? Desde que só queiramos receber um salário mínimo. O piso de nível fundamental na PCRJ! Continuando a ser APOIO!
10. Então por que criar o cargo, e não aproveitar os AACs para fim pedagógico nas salas de aula, que já fazem normalmente? ACEITAMOS O EDITAL COMO VERDADEIRO...MAS NÃO É! FOMOS ENGANADOS, AGORA QUEREMOS JUSTIÇA! Quer dizer que para ser Auxiliar de PEI não precisa além do ensino fundamental? Por que estamos fazendo o ProInfantil? Por que apenas nós do quadro de APOIO fazemos o ProInfantil?
11. É uma herança ruim que ficou e precisa ser corrigida. A quem ou a que o senhor está se referindo com esta fala?
12. A PCRJ terá professores de fato e não de direito formados pelo ProInfantil para atuarem e receberem como APOIO. Isso é Educação Infantil de excelência!!!!!
13. Eu só tenho o Normal, vou concorrer com um médico pós graduado ou mestre em psicologia? R: Não. O concurso só aceita profissionais de educação, portanto os que têm médio Normal e quem tem formação superior em pedagogia. Nenhuma outra formação. Pode ser para contagem de títulos...o concurso é aberto a todos os profissionais que tiverem o normal como formação básica.
14. O que vem ser um concurso provisório? Mas note que este é como um concurso provisório, que vai ter validade de apenas um ano e o banco expirará depois deste prazo. A validade é de 6 meses, podendo ser prorrogada ou expirada!
Obrigada por sua atenção,
Eliane Cunha

6 comentários:

Paulo Messina disse...

Olá Eliane,

Primeiramente, se fui rude, quero pedir desculpas. Mas gostaria que hoje, um dia depois, você revisse as mensagens que me enviou ontem o dia todo no twitter, e a forma como as escrevia. Sinto que você está chateada com toda essa movimentação, mas não adianta descarregar tudo em quem está trabalhando para ajudar. Especificamente, quando disse que conhecia o edital melhor que você, foi em resposta a duas mensagens que me enviou dizendo: "O texto contém inúmeros erros", "Infelizmente um texto sem gdes atrativos e com considerações equivocadas". Esse foi o tem que usou comigo o dia inteiro, desde a primeira mensagem. Enfim, não quero polemizar, e se fui duro nas palavras, deixo aqui meu pedido de desculpas.

Quanto às questões que ainda restam/surgem após http://wp.me/p1anHV-20, vamos conversar pessoalmente, o convite já foi feito ontem. Quanto ao que você disse sobre serem poucos participantes e não darmos total visibilidade ao coletivo, isso é fácil de resolver: filmamos o encontro, editamos em 10 minutos (limite do youtube) e colocamos onlne. Edição, é claro, resumindo o encontro, e upload e publicação apenas após os participantes concordarem com o conteúdo.

Assim, aguardo-a.

Abraços,
Paulo Messina
Vereador
Partido Verde

Agente de Educação Infantil da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro disse...

disse...
Vereador Paulo Messina

Não posso deixar de considerar que toda a situação que envolve os AACs nos tem chateado bastante. Estamos há mais de dois anos na PCRJ experimentando e sobrevivendo a toda e qualquer forma de desmando em nosso cargo.
Fizemos os concurso sabedores que seríamos os AUXILIARES, o senhor está completamente certo: ninguém foi enganado, a princípio; porém em efetivo exercício vivenciamos a ausência do professor e consequentemente a obrigação de sê-lo. Muitos colegas AACs enfrentaram assédios morais e ficaram doentes tanto psicologicamente quanto fisicamente.
A PCRJ possibilitou a formação para quem não a possuísse através do ProInfantil. Devo esclarecer que não aprendemos somente sobre a prática pedagógica, fomos além dessa aprendizagem. Aprendemos sobre fundamentos, história, leis, papéis representativos na educação e uma infinidade de saberes que nos levam a descortinar nossos objetivos com clareza e precisão.
Vivemos outro momento em nossa vida profissional. Agora unimos nossos fazeres aos nossos saberes. Estamos aprendendo na prática o que antes para nós era totalmente desconhecido! Com toda essa aprendizagem não podemos ficar calados, como sujeitos passivos! SOMOS PROFESSORES! Todo PROFESSOR é um FORMADOR E MEDIADOR.
Vou aceitar seu convite e participar da reunião em seu gabinete. Gostei muito da ideia sobre a filmagem...ah, o que a tecnologia não faz!rsrsrs
Aceito seu pedido de desculpas, assim como manifesto o meu.
Forte abraço,
Eliane Cunha
AAC da PCRJ

Ju disse...

Boa tarde Eliane! Seu texto resume de forma bastante apropriada todos conflitos, equívocos e transtorno,que nós AAC'S vivenciamos nesse período em que tomamos posse de um cargo onde a princípio seria um orgulho, tendo em vista a concorrência que superamos para alcançar uma vaga. O fato de trabalharmos com crianças, já nos obriga a ter responsabilidades além das que efetivamente o cargo nos cobra, por isso só quem desconhece essa realidade pode fazer comparações descabidas, tais como as comparações citadas no Blog do vereador. Essas afirmações só vem confirmar sua total falta de conhecimento do que se tratam nossas reivindicações. Não é apenas enquadramento que reivindicamos, são muitas inconstitucionalidades, entre elas: funcionários exercendo mesma função com carga horária e salários incompatíveis, onde já se viu isso em empresas privadas? Só o município do RJ tem passado impunemente até aqui, sob essa questão. É louvável que o vereador nos dê a oportunidade de levarmos essas questões a seu conhecimento, espero que seu interesse seja no mínimo comprometido com a justiça que merecemos e assim possamos postar aqui nesse Blog, não só denuncias e reclamações, mas agradecimentos e conquistas, servindo com o compromisso de um trabalho digno ao nosso município.

Unknown disse...

Não podemos deixar de lembrar ao Vereador Paulo Messina que o FUNDEF (atual FUNDEB)já mandava incluir no plano de carreiras do magistério, sem a necessidade de passar por um novo concurso, os professores leigos, ou seja os professores que ingressaram na carreira do magistério por concurso público,porém sem a exigência de magistério deveriam desde 1996 ser enquadrados na carreira do magistério.

Desta forma, os professores, que não ingressaram através de concurso com a exigência de magistério, são de fato e de direito professores, e sua inclusão na carreira foi assegurada após a correta habilitação.

Se tudo o que fazemos dentro das creches é o trabalho do professor de educação infantil, consequentemente nos encaixamos no perfil de professor leigo, pois entramos na carreira de professor sem a exigência de magistério.

Lei n.° 9.424, de 24 de dezembro de 1996, E diz em seu artigo 9º:

"Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, no prazo de seis meses de vigência desta Lei, dispor de novo Plano de Carreira e remuneração do Magistério de modo a assegurar:

I - A remuneração condigna dos professores do ensino fundamental público em efetivo exercício no magistério;
II - o estímulo ao trabalho em sala de aula;
III - a melhoria da qualidade do ensino.
§ 1° Os novos planos de carreira e remuneração do magistério deverão contemplar investimentos na capacitação dos professores leigos, os quais passarão a integrar quadro em extinção, de duração de cinco anos.
§ 2° Aos professores leigos é assegurado prazo de cinco anos para a obtenção da habilitação necessária ao exercício das atividades docentes.
§ 3° A habilitação a que se refere o parágrafo anterior é condição para ingresso no quadro permanente da carreira conforme os novos planos de carreira e remuneração."

Filha de Deus disse...

Eliane fiz essa pergunta ao vereador no blog.
Vereador, o senhor diz que o concurso de AAC é herança do ex-prefeito Cesar Maia e anterior ao seu mandato.
Porém o proinfantil nos foi oferecido em meados de 2009, pelo atual Prefeito e Secretária de Educação, com a promessa que ao final do curso seríamos incluidos no plano de cargos e salarios da categoria, com significativa alteração no salário-base; (informação publicada no site da SME).
Gostaria de saber então, como será o plano de cargos e salários ( que na minha humilde ignorância significa “promoção” e não opurtunidade de concurso público); e quanto ao significativo aumento de salário? já possuem um percentual? Como ficará a situação dos ACCs ao final do pro-infantil?
aguardo resposta.
atenciosamente

érica disse...

Vereador,
No dia em que a Márcia Nunes esteve em seu gabinete, eu estava lá com ela mas tive que ir embora antes do sr. poder nos escutar, cheguei a ser apresentada ao sr. mas tive que ir pois tinha um compromisso inadiável.
Gostaria muito de estar presente nessa nova reunião que está sendo agendada, pois preciso saber o que faremos com a Diretriz do MEC e com as diversas legislações, resoluções a respeito do nosso cargo, VAMOS RASGÁ-LAS ou simplesmente IGNORÁ-LAS??
Quem está do lado das crianças não pode ignorar os profissionais que cuidam e educam esses inocentes... E promessa é dívida: temos a tal promessa impressa do site da SME na época da inscrição do PROINFANTIL, DEVEMOS IGNORÁ-LA TAMBÉM?
Não vamos desistir enquanto não se cumprir a LEI! ISSO É FATO!
Fico aguardando dia e hora desse encontro, afinal temos muito a discutir, o nosso caso é atípico, tem uma especificidade que nenhum outro cargo possui, e dessa decisão depende o desenvolvimento de nosso país, já que não há progresso sem uma educação de qualidade, e para isso devemos valorizar os professores, não é mesmo?

Att.: Érica Videira