domingo, fevereiro 13, 2011

Quanto vale um profissional? - Eliomar Coelho


Não importa aonde, profissional valorizado e bem pago trabalha motivado. O resultado só pode ser produtivo e gera melhoria na qualidade do atendimento. Foi calcada nesta filosofia que a prefeitura resolveu contratar, através de Organizações Sociais, médicos com salários de R$7,5 mil a R$ 15 mil. São as OSs que administram as clínicas que pagam esta remuneração. Em sistema de gestão compartilhada, os selecionados atuarão no programa Clínica da Família da prefeitura.

Enquanto isso, médicos, professores e outros profissionais do município sobrevivem ganhando muito aquém e sem a perspectiva de um Plano de Cargos e Salários. O que vale para um, deve valer para todos. Por que não elevar o patamar salarial dos funcionários públicos em geral a fim de injetar ânimo, melhorar a produtividade e o foco? Afinal, quem trabalha na estrutura do munícipio passou pelo funil de uma seleção concorrida e, efetivamente, mantém vivo o atendimento público e gratuito que é crucial para muitos.

Os profissionais da rede de ensino esperam que este ano a secretaria municipal de Educação cumpra a promessa feita em 2009 e envie para a Câmara Municipal um Plano de Cargos e Salários que atenda aos anseios da categoria. O Plano aprovado em 1995, que continha as reivindicações da categoria, foi aprovado, vetado, teve o veto rejeitado e, por fim, Cesar Maia conseguiu uma liminar e defenestrou a lei.

Somente em 2007, foi encaminhada nova mensagem do Executivo versando sobre o assunto. Esta, no entanto, deixou muito a desejar. Era apenas autorizativa, ou seja, desobrigava a prefeitura da tarefa de implementá-la. Não incluía categorias como merendeiras e funcionários administrativos. O estímulo para aperfeiçoamento profissional previa 6%, 12% e 18% para pós-graduação, mestrado e doutorado, quando a categoria quer 15%, 30% e 40% e 50% para pós-doutorado.

Emendas elaboradas pelo nosso mandato, via Comissão de Educação do Legislativo, tentaram melhorar o teor daquele plano. Mesmo assim, ele foi vetado depois de aprovado.

E desde então, os profissionais da rede esperam que seja dada nova oportunidade para que o Executivo mostre vontade política de valorizar a categoria. Eles não são os únicos…Enquanto isso, parece que vale mais a pena ser contratado pelas OSs. Esse, pelo menos, foi o recado subliminar dado prefeitura.

Fonte: http://migre.me/3RUEG

Um comentário:

Jane Maria disse...

Essa é a gestão que diz estar empenhada em uma educação de qualidade. Só se for nos sonhos, pois a realidade é bem diferente. As creches da prefeitura estão lotadas de funcionários de OSs, enquanto os servidores públicos são mandados à revelia para outras unidades, ficando os contratados em seu lugar. Desta forma, os funcionários efetivos trabalham "INFELIZES", "DESMOTIVADOS" e muitos acabam por pedir "EXONERAÇÃO", pois "MATAM" os seus sonhos de uma vida profissional tranquila, equilibrada e com possibilidades variadas de progresso.
Isso é a Secretaria Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro.