Segundo Secretaria Estadual da Educação, candidatos desistiram de participar de curso obrigatório ou não foram aprovados na avaliação final.
Com 100 mil professores temporários na rede de ensino, o governo do Estado de São Paulo não conseguiu preencher 780 vagas do último concurso público para a carreira. No sábado, um decreto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou 9.304 novos docentes - eram 10.083 vagas.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação, sobraram vagas porque muitos dos melhores colocados na primeira fase do concurso desistiram de participar dos quatro meses de curso obrigatório ou não foram aprovados na avaliação ao final das aulas. "Os candidatos que deixaram de participar do curso de formação ou não foram aprovados na prova são considerados reprovados no concurso", explicou a secretaria em nota.
Foi a primeira vez que os aprovados em concurso tiveram de passar pelo chamado Curso de Formação Específica antes de assumir o cargo. "Do ponto de vista pedagógico, o curso foi bem interessante. Para mim, que venho do Paraná, também foi bom para ter um primeiro contato com a rede, mas colegas que já atuavam no Estado reclamaram um pouco", contou André Furtado Lima, que será professor de sociologia em Piracicaba.
Os professores nomeados começam a dar aulas para ensino médio e segunda etapa do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º anos) já em fevereiro, no início do ano letivo. As vagas remanescentes para docente efetivo só poderão ser preenchidas se a secretaria abrir uma nova turma do curso preparatório. Não há previsão de data para que isso aconteça.
Ao assumir o cargo de secretário de educação na semana passada, Herman Voorwald disse acreditar que a nomeação dos novos docentes melhoraria a relação entre efetivos e temporários na rede. "Cada um pode deslocar dois ou três (professores temporários com jornadas pequenas), o que diminuiria bastante o número de temporários", afirmou.
Professores da rede, porém, dizem que muitos dos convocados não assumirão o cargo. "Para quem já era efetivo, como eu, o curso também dá pontos para melhorar na carreira. A lei permite que eu assuma um segundo cargo, mas tenho três colegas que fizeram o curso e não querem mais aulas", afirmou um professor que pediu anonimato.
Docentes na rede estadual
115.910
efetivos por concurso público
73.927
não concursados, mas estáveis
28.700
temporários sem estabilidade
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